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sábado, 18 de abril de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Páscoa: A Manifestação da Maravilhosa Graça
“Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa.” (Lc 22.15).

Estritamente falando a páscoa não é uma festa cristã. É uma ordenação bíblica para os judeus, um memorial perpétuo para o povo da antiga aliança dos eventos operados por  Deus em sua libertação do Egito (Ex 12.17.42). Contudo, os cristãos desde muito cedo passaram a observar esta festa desde uma perspectiva da cruz de Cristo e sua gloriosa ressurreição. Cristãos de origem judaica, orientais e gregos grosso modo e os latinos, divergiram desde os inicios da igreja quanto a maneira de celebrar, a data mais propícia e a sua pertinência e validade espiritual para os crentes. É fato inegável que existem registros históricos antiquíssimos como exemplo a peregrinação de Etéria (Egéria) e a conhecida controvérsia ‘quartodecimiana’: “Na era apostólica (durante a vida ou imediatamente após a morte dos apóstolos), a Páscoa era sempre celebrada no meio do mês judaico de Nisan. Por volta da metade do século II dC, a prática na província romana da Ásia era pelo jejum pré-Páscoa terminar na véspera do décimo-quarto dia de Nisan, o dia em que o sacrifício da Pessach já teria sido feito quando o Segundo Templo ainda existia e ‘o dia em que as pessoas se livravam do fermento’ (os Judeus, os judeus prosélitos e os judeus cristãos). 14 de Nisan em si era regularmente, ainda que de forma confusa, também chamado de Pessach. Tecnicamente, ele é o dia da preparação para o festival de sete dias do ‘pão sem fermento’, que começa em 15 de Nisan, hoje em dia também chamado de Pessach. O costume asiático ficou conhecido como Quartodecimanismo entre os ocidentais latinos. Melito de Sardes foi talvez o mais notável dos quartodecimanistas. A prática em outros lugares era continuar o jejum até a véspera do domingo seguinte, enquanto que a quartodecimana permitia que a festa - sempre em 14 de Nisan - poderia cair em qualquer dia da semana. Fora da Ásia romana, os cristãos desejavam associar a Páscoa ao domingo, o dia em que Jesus ressuscitou da morte segundo os Evangelhos, e que já havia muito era considerado dia festivo pela comunidade. De acordo com os escritos de Irineu de Lyon ( 202 dC), a Igreja latina ou ocidental celebrava a Páscoa no domingo já no tempo do bispo romano Sisto I (115 - 125 dC).” Estes vestígios históricos e toda a confusão em torno da festa, do termo e dos usos e costumes nos fazem crer que de alguma maneira a páscoa era celebrada pelos antigos cristãos. Evidentemente que com o passar dos séculos e com o distanciamento da Igreja das Escrituras e a entrada de muitos elementos pagãos e estranhos à Revelação Bíblica na liturgia, a Páscoa foi perdendo cada vez mais o seu sentido e o seu lugar na vida da igreja e dos cristãos. Lutero preservou a liturgia e a observância desta festa em suas igrejas. Igualmente Calvino em Genebra, Beza, Bucer e Farel em Basileia e Louvain.  E mesmo o radical Zwinglio não desprezou esta comemoração. Dando um longo salto na história, a IPB é uma igreja litúrgica, já confessou isto em seus documentos oficiais e na última reunião ordinária do Supremo Concílio não só permitiu ainda incentivou a digna, bíblica e correta celebração da páscoa   (e Nata)l, e orientou para que sabiamente os conselhos e pastores aproveitem a ocasião para anunciar o Evangelho de Cristo ressuscitado. Todavia, o direito de divergir respeitosamente, permanece intocado, e há dentro de nossas fileiras aqueles que desconsideram a oportunidade da celebração e nós os respeitamos enquanto nos mantemos unidos não só à comunhão com a decisão do Supremo Concílio, mas também em uníssono com o melhor da longeva Tradição e História bimilenar da Igreja. Posto isto, a festa da Páscoa deve ser para nós cristãos presbiterianos da “central” de Itapira uma privilegiadíssima oportunidade para nos aprofundarmos no conhecimento da Maravilhosa Graça de Deus e suas doutrinas. 1. A Páscoa evidencia o ato soberano de Deus em prover salvação aos seus escolhidos e só a estes. Cristo morreu pelos eleitos de Deus desde antes da fundação do mundo. 2. A morte substitutiva de Cristo na cruz em nosso favor e em nosso lugar indica a nossa total e completa incapacidade de fazermos algo por nós devido à depravação total de nossos corações que jamais aspiram a Deus. 3. Que Deus nos escolheu não com base em méritos pessoais, mas fundado em sua misericórdia e justiça. Somos salvos incondicionalmente. 4. A cruz revela que Cristo sabia por quem estava entregando a vida e para estes seu sacrifício foi completo, perfeito, suficiente, de modo que nada mais precisam fazer ou emendar para a sua salvação. 5. Que todos que foram atraídos, chamados, quando o Filho foi exaltado na cruz, verdadeiramente foram capacitados a responder e não puderam resistir ao chamado para a salvação. 6. E por último, a Cruz revela, a ressurreição comprova e o pentecostes testifica que os salvos são agora guardados e protegidos até a eternidade e nada nem ninguém poderá desfazer o que no calvário aconteceu! A Páscoa é a festa da Graça por excelência.  Celebremos, pois a Festa. Soli Deo Gloria!

Pastoral Extraída do boletim Nº 1810 17 de Março de 2013
escrita pelo Rev. Luiz Fernando Dos Santos 

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