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sábado, 23 de maio de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Pentecostes.
 "Quando comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles como sobre
 nós no princípio” (At 11.15)

No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas  (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento. Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento     (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes: Festa da Colheita ou Sega - no hebraico hag haqasir, por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse segundo nome (Ex 23.16). Festa das Semanas - no hebraico, hag Chavu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinquenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10). Dia das Primícias dos Frutos - no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente. A Festa de Pentecostes. Por que este nome? Nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento,os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos - hag haqasir e hag Chavu´ot - perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinquenta dias depois da Páscoa. A partir das reformas de Esdras e Neemias, em meados do século V a.C., a Festa de Pentecostes passou a celebrar o Dom da Lei no Sinai, a festa da Aliança entre Deus e o povo. Para nós Cristãos, celebrar Pentecostes é celebrar a realidade que era apenas tipificada nas cerimônias do Antigo Testamento. Pois, cinquenta dias após a ressurreição de Cristo e dez após a sua Ascensão aos céus, o povo santo recebe o Dom do Espírito Santo e celebra as primícias da Igreja na confirmação dos Apóstolos e discípulos e na conversão de quase três mil homens em resposta ao sermão de Pedro. O Pentecostes, na verdade, acontece sempre que um pecador é redimido, regenerado, justificado, santificado e adotado como filho. Este é o Pentecostes pessoal, a selagem com o Espírito Santo, o batismo propriamente dito. Todavia, a Igreja sempre precisará ao longo de sua caminhada histórica de novas visitações deste mesmo Espírito a que damos o nome de Avivamento ou Despertamento. Estas visitas são necessárias exatamente porque a nossa condição não é melhor que a dos primeiros discípulos. Até que o Espírito repousasse sobre eles naquela manhã de Pentecostes como eles se encontravam? Uns dispersos e recalcitrantes. Outros escondidos, trancafiados com medo dos Judeus. Outros amargurados remoendo a própria miséria. Mas, todos igualmente, apresentavam em maior ou menor grau algum tipo de incredulidade e frustração. A alegria da Ressurreição de alguma maneira parecia não ser suficiente. Pentecostes então é a aplicação da obra da cruz e das conquistas de Cristo a alma dos apóstolos e discípulos bem como dos novos conversos e desde então tem sido assim. Em Pentecostes os apóstolos receberam a fé salvadora, a segurança e a certeza da salvação a convicção de que foram perdoados e foram ‘empoderados’ para a Missão. Nossa condição, como eu disse, não é melhor. Podemos estar paralisados por medos e temores. Falta-nos certeza e segurança muitas vezes. O frio de uma ortodoxia morta e do formalismo religioso, do pertencimento a Igreja por tradição já é uma verdade entre nós. A falta de amor pela doutrina, fervor por santificação e paixão pela evangelização, reclamam, necessitam de uma poderosa e maravilhosa visitação do Espírito Santo. Aproveitemos esta festa para clamar sem cessar: “Vinde Espírito Santo e enchei as nossas almas”!
Rev. Luiz Fernando Dos Santos
É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

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