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sábado, 12 de dezembro de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Natal: Por que Cristo veio ao mundo?
“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Tm 1.15).

Já escrevi aqui que o Natal está descristianizado. Muito pouco dos enfeites nas ruas, praças e casas fazem qualquer referência a Cristo. Na minha infância recordo-me das enormes figuras do presépio nas praças de Poços de Caldas, minha cidade natal. Quer na praça central, enfrente da Basílica ou nas praças menos badaladas. Sempre havia um presépio, ou a figura de anjos tocando trombetas e um berço com um menino. Hoje, em qualquer lugar que se vá, lá ou outra cidade, os enfeites, em esmagadora maioria, apresentam outras personagens e têm outras mensagens. Bonecos de neve (nos mais de trinta e cinco graus de média em nosso verão), renas, `Papais Noéis’ vermelhos, verdes, azuis, ao gosto e ao sabor das ideologias. Sem falar no altruísmo e na solidariedade de ocasião que só se manifestam na maioria das vezes nesta época do ano. Mas, nós cristãos devemos nos fazer uma pergunta essencial se queremos celebrar o Natal com maturidade e isento dos perigos da idolatria e do ateísmo prático desta sociedade secularista. Afinal de contas, por que Cristo veio ao mundo? Muitas vezes temos dificuldade em responder a esta pergunta devido ao clima suavizado, inofensivo, pacífico de uma estereotipada imagem que temos da estrebaria de Belém. Na verdade o mistério do Verbo feito carne que nasceu entre nós, que chamamos de Natal, tem propósitos bem definidos na mente eterna, santa e sábia de Deus Pai. Primeiro, “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Isto significa que Jesus nasce para ser o Salvador não dos homens bons e de bem, osque se comportaram bem e são justos aos seus próprios olhos. A gratidão de nossos corações não diz respeito ao prêmio que recebemos no Natal porque fizemos todas as coisas bem feitas e agora somos recompensados. Esta é a lógica do Papai Noel. Em nosso caso, nos reunimos, celebramos e adoramos em Ação de Graças, porque estávamos perdidos em nossos pecados e delitos e Deus teve misericórdia e graciosamente enviou-nos seu Filho para ser o nosso salvador. Daqui decorre a nossa Boa Nova para o mundo: Deus salva pecadores! Segundo, “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45). Jesus nasce para morrer em nosso lugar, para dar a sua vida em troca da nossa. O berço de Belém se liga com o sangue do calvário e o Natal só faz algum sentido se apontar para a cruz do sofrimento e da ignomínia cujo preço da morte exigida, pelos nossos pecados, resgatou-nos de nossa morte mais profunda e real. Daqui decorre uma segunda mensagem para o mundo, Jesus nasceu para morrer em seu lugar e em seu favor para que seus pecados fossem cancelados. Terceiro, “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai” (Gl1.4). Jesus veio ao mundo para livrar-nos deste mundo corrupto e corrompido com os seus antivalores antagônicos ao Reino de Deus e a sua justiça. Jesus veio livrar-nos da condenação deste mundo sob a ira de Deus, mundo no sentido de um sistema de valores que afrontam a Lei de Deus, usurpam a autoridade e a glória d’Ele e ao mesmo tempo escravizam o homem criado a sua imagem e semelhança. É deste mundo que fomos tirados pelo chamado do Evangelho, purificados pela obra da redenção e devolvidos ao mundo com a missão de sal da terra e luz do mundo. No Natal, nossa mensagem é esta, Ele veio para que não sejamos mais do mundo, mundanos, mas agentes do Reino com uma missão no mundo. Quarto, “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Como decorrência inevitável do que escrevemos acima, Jesus veio ao mundo para constituir um povo peculiarmente seu (a Igreja) comissionado e habilitado para fazer boas obras. Boas obras não em uma época especial, em uma data precisa ou momentosa e nem numa ocasião conveniente, mas sim no compromisso de toda uma vida com a justiça, a equidade, a verdade, a defesa da vida, os cuidados do meio ambiente, o engajamento em causas humanitárias e sociais e etc. Quero desafiá-lo a alargar a sua compreensão do que seja o Natal de Jesus Cristo o que ele de fato significa e de como e porque devemos celebrá-lo. Qualquer outro sentimento ou qualquer outro motivo para a festa será uma fraude e uma usurpação. No caso dos cristãos e da igreja, será uma apostasia. Que o natal seja o Natal da Redenção trazida por Jesus.   
Reverendo Luiz Fernando 
É Ministro Presbiteriano em Itapira

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