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domingo, 17 de janeiro de 2016

BIOGRAFIA MISSIONÁRIA

Henry Martyn

A primeira missão cristã relevante aos muçulmanos foi conduzida no século XIII, por Raymond Lull. Entretanto, nos séculos seguintes, as terras muçulmanas foram negligenciadas em comparação com campos missionários “mais produtivos”. Isso mudou no início do século XIX. Henry Martyn é descrito, algumas vezes, como o missionário protestante pioneiro para os muçulmanos.
         Martyn nasceu em Cornwall, na Inglaterra, em 1781. Ele gostava muito de estudar e, depois de terminada sua educação formal, seguir para Cambridge, onde brilhou no curso de matemática.  Apesar de ter voltado suas costas a Deus na juventude, ele foi impelido por uma combinação de fatores a fazer uma reavaliação de seus valores espirituais. A morte do pai, a influência dos amigos e da família e os escritos de David Brainerd, uniram-se para levá-lo à transformação espiritual e à visão para as missões no estrangeiro.
         Martyn passava muitas horas todos os dias em oração e devoção a Deus, e o celibato era sua opção para poder se dedicar inteiramente às coisas celestiais. Assim foi até conhecer Lydia, por quem se apaixonou perdidamente. Apesar da ardente paixão, o jovem sofreu muito e decidiu manter-se firme em seus propósitos missionários.
 Em 1803 foi ordenador curador e, dois anos mais tarde, sacerdote anglicano e capelão da Companhia das Índias Orientais. No verão de 1805 partiu para a Índia. Chegando lá, logo foi encorajado a dedicar-se à tradução. Como capelão, suas principais responsabilidades eram junto aos empregados e às famílias da Companhia, mas sentia grande inclinação às missões. Ele serviu em postos militares por quatro anos, pregando a europeus e a hindus, estabelecendo escolas e traduzindo o Novo Testamento para o urdu e, mais tarde, para o persa e árabe.
Martyn tinha profunda confiança nas Escrituras, sentimento expresso com paixão. Ele tinha tanta segurança no poder do texto traduzido que acreditava que as “Escrituras rivais” seriam postas de lado- que o Alcorão seria relegado à insignificância.
O trabalho de tradução prosseguia, mas a temperatura tórrida da Índia Central agravou a saúde de Henry Martyn. Em 1810, com seu Novo Testamento em urdu já pronto para ser impresso, partiu para a Pérsia, esperando recuperar a saúde e, ao mesmo tempo, revisar suas traduções para o persa e árabe. Nesse tempo escreveu também tratados que armaram o cenário para os debates com os estudiosos muçulmanos. Quando sua saúde melhorou, deu continuidade à tradução persa, mas logo seu estado piorou novamente.
O trabalho de tradução do jovem Martyn foi amplamente reconhecido. Uma viagem por via terrestre à Inglaterra, em 1812, parecia a única solução para seus problemas de saúde, sendo também uma oportunidade para que renovasse sua relação com Lydia. Ela havia rejeitado seus convites para que fosse à Índia e se casasse com ele, mas, mesmo assim, ansiava por vê-la novamente e dizer-lhe em pessoa o que estivera colocando nas cartas nos seis anos anteriores. Mas a oportunidade nunca chegou. Ele morreu na Ásia Menor no outono de 1812, aos 31 anos. Ao chegar à India, ele ecrevera em seu diário: “Que seja oferecido um holocausto para Deus”. E assim foi.
Fonte: TUCKER, Ruth: Missões até os confins da terra.

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