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sábado, 17 de dezembro de 2016

MENSAGEM PASTORAL

“Para que nasçam os homens de Deus foi preciso que primeiro nascesse Deus dos Homens”
“Estes não nasceram nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus”
(Jo 1.13)
Hoje gostaria de ceder o espaço desta pastoral ao maior de todos os pensadores da Igreja, desde o Apóstolo Paulo, Agostinho de Hipona. Católicos Romanos e Protestantes são a seu modo, devedores deste gigante do cristianismo. Às portas do Natal, deixemos que Agostinho nos instrua nesta verdade de fé que desejamos celebrar com beleza, devoção e inteligência no domingo próximo:DO TRATADO DO EVANGELHO DE JOÃO, DE SANTO AGOSTINHO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA:“Para que nasçam os homens de Deus foi preciso que primeiro nascesse Deus dos homens, Cristo é Deus, e ele nasceu dos homens. Somente procurou mãe na terra, quem já tinha Pai nos céus, Aquele mesmo que nasceu de Deus, é nosso Criador, é também nosso reparador, nascido de uma mulher. Não te estranhe, ó homem, ser filho de Deus pela graça; não te estranhe o teu nascimento de Deus à semelhança de seu Verbo. É o mesmo Verbo quem consentiu nascer primeiro do homem com a finalidade de assegurar-te mais sobre o teu divino nascimento.Agora sim, podes perguntar-te a ti mesmo por que razão Deus quis nascer do homem. É que foi tanto o que amou que, para fazer-me imortal, quis nascer ele mesmo por mim de uma vida mortal. O evangelista depois disse: Eles nasceram de Deus, como previa nossa admiração, nosso assombro e estremecimento em presença de graça tão singular, até o ponto de parecer-nos incrível que os homens nasçam de Deus: e com a finalidade de dar-nos, a partir desta verdade garantias de segurança, prosseguiu: E o verbo se fez carne, e habitou entre nós. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e seu nascimento é o colírio que limpa os olhos de nosso coração, e desta forma já podem ver sua grandeza através de suas humilhações. O Verbo feito carne, que viveu entre nós, é quem curou os nossos olhos. E o que diz o evangelista na continuação? E vimos a sua glória. Ninguém pode ver sua glória se não for curado pelas humilhações de sua carne. E por que não podemos vê-la? Atenção, meus irmãos, e compreendereis o que quero dizer. A poeira e a terra que caíram nos olhos do homem foi que lhes lesionou e obstaculizou a contemplação da luz. A estes olhos se lhes dá, depois, uma unção com o pó da terra para que curem, porque também foi a terra a causa de suas feridas. Os colírios e os remédios não são mais do que terra. O pó fez perder a vista e o pó a devolverá. A carne foi a causa de tua cegueira, e a carne será a que fará desaparecer. O consentimento nos afetos carnais fez que a alma fosse carne, e disso veio a cegueira do coração.O Verbo se fez carne: Eis aqui o médico que te preparou o colírio. O Verbo veio desta maneira para extinguir por sua carne os vícios da carne, e destruir com sua morte o império da morte. Por isso, graças ao produzido em ti pelo Verbo feito carne, tu podes dizer: Contemplamos a sua glória. Que glória é esta? É a glória de ser filho do homem? Ora, isto é mais humilhação do que glória. Até onde alcança a vista do homem curado pela carne? Temos visto, diz, a sua glória, glória do Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade... Por agora o que foi dito basta. Transformai-vos em Cristo, e que se fortaleça a vossa fé, e permanecei sempre em vigilância e no exercício das boas obras. Não vos separeis nunca do lenho, que é o único meio de passar o mar.”Desejo irmãos que as festividades que envolvem o Natal do Salvador sejam uma abundante fonte de consolação e esperança para todos quantos confessam que Jesus Cristo, feito homem, é o único meio pelo qual Deus o Pai, efetua em nós a salvação. E que, como igreja, anunciemos ao mundo que naquela noite alvissareira quando Cristo veio à luz deste mundo assumindo nossa carne do ventre de Maria, uma fonte inesgotável de graça e misericórdia se abriu aos pecadores. Corramos pressurosos para essa fonte, nela nos banhemos e nela matemos a nossa sede de vida. 
Reverendo Luiz Fernando
 é Ministro do Evangelho na Igreja Presbiteriana 

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