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sábado, 7 de janeiro de 2017

MENSAGEM PASTORAL

Epifania do Senhor

“Anunciem a sua glória entre as nações, seus feitos maravilhosos entre todos os povos!” (Sl 96.3)

 Uma das celebrações cristãs mais antigas do calendário cristão é a solenidade da Epifania do Senhor. Esta festa ocorre no dia 6 de janeiro, todavia no Brasil, para melhor proveito e maior participação dos cristãos, a data foi transferida para o primeiro domingo mais próximo do dia 6.  Epifania é uma palavra grega que significa manifestação. Logo, a celebração trata-se da  ‘Manifestação de Jesus Cristo’ às nações quando os magos do oriente, representantes da diversidade dos povos, nações, raças, etnias e línguas visitam o Messias-infante na cidade de Belém. Uma exegese acurada do texto, talvez indique um Jesus perto dos dois anos de idade e não uma criança recém-nascida. Todavia, este é um detalhe que não muda exatamente a mensagem do Evangelho. Estes magos vindos do oriente, que não eram reis e nem apenas três, coisa que a tradição consuetudinária da igreja estabeleceu, eram homens sábios que à luz daquilo que era considerado ciência à época, por uma especial condescendência divina, chegam ao conhecimento do nascimento do Salvador. Essa mesma condescendência guiou-os de maneira sobrenatural por caminhos diversos, percorrendo desertos, cruzando fronteiras, atravessando cidades, vilas e aldeias, impulsionados pelo desejo de conhecer e adorar o Messias. Qual a lição mais importante para a igreja à luz desta solenidade? A universalidade da missão de Jesus Cristo que veio para salvar o pecador, quer seja um Judeu, povo ao qual pertencia por nascimento, raça e promessa, quer dos gentios, estranhos às Alianças e as promessas. Assim, a igreja que deve continuar no tempo e na história por comissão e empoderamento, a missão de Jesus Cristo, deve abrir-se às nações e acolher a todos quantos forem conduzidos ao encontro com Cristo. Os magos, porém, foram levados a Cristo por uma graça especialíssima e por um meio extraordinário. Desde a Ascensão, contudo, o meio determinado para que as nações encontrem Jesus e o adorem é este: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19); “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14); “E disse-lhes: Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.16). A festa da Epifania, portanto, é uma celebração missionária, um desafio para a igreja dos dias de hoje a cumprir a função que outrora foi dada à estrela, de guiar as nações pelos caminhos do mundo ao encontro salvífico com Jesus. E, no caminho inverso dos magos que foram agraciados pela condescendência divina ao perscrutar os mistérios de sua ciência e encontraram o Salvador, hoje a igreja deve percorrer campos, vilas, cidades e cruzar barreiras culturais, étnicas, sociais, linguísticas e outras tantas, no desejo de levar Cristo às nações e as nações à adoração e ao serviço do Rei Jesus. Aqui também, apesar de toda mística envolvida desde a interpretação de Orígenes e Crisóstomo, podemos ver que nos dons oferecidos à Jesus, estão prefigurados os dons e riquezas dos povos que podem e devem ser utilizados para a pregação do Evangelho e a expansão da Igreja sobre a face da terra. A Epifania do Senhor na visitação dos magos deve impulsionar a igreja e desafiar cada cristão o envolvimento afetivo e efetivo com a pregação do Evangelho até os confins da terra. 
Reverendo Luiz Fernando 
é Ministro do Evangelho na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

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